sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Pão e Circo


As revistas de fofoca que falam de vidas que não nos dizem respeito; as novelas que mostram como gostaríamos de viver, e estão sempre deixando explícito que nunca conseguiremos; uma prova para uma faculdade por nós financiada que torna impossível o ingresso de um estudante pobre por seus próprios conhecimentos; dezenas de sites de relacionamento para perdermos nosso tempo ao invés de raciocinarmos sobre nossa condição ínfima de peões.
E, quando digo peões, não me refiro a peões de obra, porque isso nem todos nós somos. Somos peões sim, mas de xadrez. E, como no xadrez, nem o rei realmente sabe o plano por trás de suas ordens. Apenas ordena por pensar ser lógico, sem saber o que é lógica
Nos julgamos tão inteligentes, mas vivemos sobre a política do Pão e Circo. E, pior ainda que os romanos antigos, sem o Pão.
Comemos sim, mas como fruto de muito, mas muito trabalho mesmo. Trabalhamos até morrer para garantir lucros exorbitantes a nossos superiores, e um salário suficiente apenas para tirar de nós toda e qualquer esperança que ainda reste de sair das condições miseráveis, e muitas vezes subumanas nas quais vivemos.
E, ainda assim, há quem diga que quer “subir na vida”, estudando e ganhando mais dinheiro. Quem faz isso não sobe na vida! Sobe nas minhas costas, nas suas costas!
Quem faz isso se torna um deles! Mais um a ser sustentado pelo nosso trabalho.
E, não se tem escolha. Ou estuda, enriquece e passa a parasitar; ou trabalha, trabalha, trabalha...e morre parasitado.
Tem razão, não se tem escolha, não é? Se tem sim, eu não sei qual, mas vamos descobrir juntos. Tem de existir uma forma de crescermos todos juntos, nos ajudando, ao invés de pisarmos nas cabeças uns dos outros para subirmos mais.
Um velho amigo disse uma vez: “Ninguém quer ser feliz, apenas mais feliz que os demais.”. É isso que querem que pensemos. Que vivamos sem saber o que é felicidade. Que continuemos sendo a força motriz desse maldito sistema feudal em que trabalhamos muito mais do que precisaríamos para garantir a sobrevivência de quem “é dono” dos nossos meios de produção, das terras onde moramos, da comida que comemos, do ar que respiramos.
Temos que crescer juntos. Só assim descobriremos juntos a felicidade. É o que eu penso.

Um comentário:

  1. Todos escravos do sistema...
    por isso eu nao trabalho ahahaha vou virar Hippie... ;)

    MUito bom seu textooo =O

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