domingo, 2 de agosto de 2015

Nós.

Um nó firme demais, que não desata de jeito nenhum, nem por obra do cão -- isso não é nó bom. Da bolha no dedo, quebra a unha, mas não solta -- é nó cego. O nó bom é o que desata, nó é feito pra desatar, mas na mão de quem fez.
A rede é presa, balança balança, criança pula em cima, mas não solta. Cai o pau do forro se a pessoa for muito pesada, mas o nó tá lá, firme e forte. Mas, se a casa não for mais do dono, com dois puxões e um olho atento, tem que dar pra soltar a rede, e se deitar em outro lugar.
São nós o que prende o barco no céu, acima do mar, nós que laçam o vento e a maré. Nós.
Nós que fazem de fios soltos uma tarrafa, onde se colhem peixes e camarões e algas frescas.
Nós que conectam as coisas, nós que unem as retas, que formam redes. São nós. Somos.

Somos nós.