domingo, 11 de março de 2012

Afogando na Umidade

Esses dias vazios, meio chuvosos, me dão um sentimento peculiar. É uma melancolia calada, uma tristeza contida, automáticos ao se depararem com esse clima. É como se o rumor das gotas no meu telhado me sussurrassem ofensas profundas, desilusões amorosas: as reais úlceras da alma. E, ao mesmo tempo, esse ar carregado de umidade sufocasse minhas reações, me impedindo de chorar, como naqueles pesadelos em que nós gritamos a plenos pulmões por nossas mães mas não produzimos som nenhum. Quando nos sentimos assim, só nos resta fechar os olhos, relaxar, e esperar que todas as tristezas e angústias sejam mesmo só um sonho ruim, e que vão desaparecer ao som da primeira vibração do celular sobre a mesa de cabeceira. E, as vezes, elas desaparecem.